Tenho dormido além da conta, eu e meus inquilinos. Troquei o dia pela noite, mas estou longe de ser um boêmio, é um prazer que ainda não tenho. Não saio de casa, permaneço quieto no meu canto tentando ajustar algumas coisas que saíram do controle e eu, inocente que sou, algumas pessoas diriam imbecíl mesmo, nem me dei conta do tamanho do estrago que tava causando.
Preguei os olhos em algumas apostilas, cadernos, rabiscos, impressões e jornais. Levanto uma ou duas horas da tarde, almoço e vou à biblioteca ler o jornal e algumas revistas que me interessam. Internet até as nove e volto pra casa, preparo um rango de fazer inveja a esses chef's-apresentadores de meia tigela e me jogo em frente a TV. Depois da meia-noite volto ao batente, estudo de verdade e tenho o maior orgulho disso. E não tô nessa de "recuperar o tempo perdido", picas do tempo perdido, esse lance não é bem comigo, nunca foi, não me arrependo das merdas que faço (isso mesmo, faço, está no presente), mas sei que tudo tem um limite e em algum momento precisamos voltar pra casa, e pra isso, meu camarada, temos que "ter" uma casa. Saca? Responsabilidade, saca?
Gosto pra caraca da noite, da vida boêmia e coisa e tal, mas eu gosto também de chegar em casa (olha ela aí de novo, a casa) e esquentar alguma coisa pra comer, ou tomar uma xícara gigante de leite com nescafé extra forte e dormir ouvindo alguma música idiota no rádio, ou com a TV ligada em alguma série que passa na madrugada do SBT. Gosto disso, é disso que realmente gosto. Tenho dois ou três fantasmas alugando minha cabeça, mas disso já tô cuidando, entrei com pedido de despejo.
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário